Morgan descobriu, a duras penas, que precisava aprender a não dormir. Pelo menos não sofreria de insônia.
Desviou o olhar do relógio, sabia que estava atrasada. Não que se importasse, ao contrário, dos poucos prazeres que lhe restaram, não participar das refeições sociais era um deles e, como o próprio relógio acusava, já passava das oito horas quando finalmente desistiu de dormir.
As velas do quarto estavam acesas, pequenos demônios dançando sob luzes douradas, relembrando a quem ela deveria agradecer a inoportuna gentileza; mas ele estava ocupado demais recebendo e divertindo os convidados durante aquela reunião insípida, que servia apenas para atribular os empregados e fazer dela uma presença necessária. Uma obrigação a qual ela raramente atendia.
VY Dark Moon
Compartilhando pensamentos
2017-01-02
2016-10-20
Inconsciência
são os sentimentos inesperados que assombram,
como se soubessem de algo que permanece oculto,
ignorante à razão, mas determinam seu momento explicitamente;
são inexplicáveis em sua natureza, consomem vorazmente e acovardam a lógica;
intercalados entre a paz hipócrita e a lucidez instintiva de um coração abrandado pelo tempo;
2016-09-02
2016-01-22
Serenidade
No início da vida minha alma imaginava;
Quando comecei a caminhar, ela desejava;
Caminhar aprendido, passou a questionar;
Quando não respondida, se rebelava;
Com respostas mornas, buscava incansavelmente a verdade;
Agora, ainda jovem, mas tão envelhecida, encontra-se cansada;
Abastada de nada, repleta do vazio, diariamente monótona.
O que a espera nessa caminhada para o final, não importa,
ela o aguarda, carente, suplicante e mortalmente calma.
DarkMoon
imagem: (c) to the owner
2015-09-24
Silêncio
Um momento irritante. Doloroso inicialmente. Libertador no final.
Não há ruídos. Apenas a gritante presença do vazio.
Uma circunstância que oferece uma única opção ao sujeito: Sentir!Sinta suas falhas. Assuma suas fraquezas. Chore no final.
2015-09-12
2015-09-04
2015-08-25
Poder
O poder de uma mulher não está na beleza ou no sorriso dela, mas na inteligência e seu bom uso para capturar os cinco sentidos.
Tato, um toque para capturar a sensibilidade.Olfato, memórias do verão e do calor do sol na pele nua.Audição, seu riso leve e gentil como um sino de cristal.Visão, um olhar... que se demora e promete muito mais.E, finalmente, o paladar.
Drácula - NBC
DarkMoon
Ruínas
Todos estão caindo e decaindo. As aflições da alma nos fazem sucumbir às tentações que tem suas origens na dor e na repreensão; tornam-se pensamentos fixos e são o combustível para as atitudes mais impulsivas e inconsequentes da vida.
O intelecto se renova a cada minuto mas a alma permanece imutável. Não importam quantas vezes, nem onde nem as circunstâncias do seu renascimento; ela tratá consigo a bagagem de suas viagens anteriores.
O sofrimento prevalece e no seu seio gera seus filhos; sentimentos obscuros e inadmissíveis em nossa vida medíocre, porquê queremos ser bons e aceitos.
Engana-se aquele que acredita no perdão, no amor incondicional e na bondade altruísta; conceitos decadentes, elaborados por uma sociedade hipócrita, cheia de tabus e presa por amarras de aço.
O intelecto se renova a cada minuto mas a alma permanece imutável. Não importam quantas vezes, nem onde nem as circunstâncias do seu renascimento; ela tratá consigo a bagagem de suas viagens anteriores.
O sofrimento prevalece e no seu seio gera seus filhos; sentimentos obscuros e inadmissíveis em nossa vida medíocre, porquê queremos ser bons e aceitos.
Engana-se aquele que acredita no perdão, no amor incondicional e na bondade altruísta; conceitos decadentes, elaborados por uma sociedade hipócrita, cheia de tabus e presa por amarras de aço.
DarkMoon
2015-08-24
A Claustrofobia em Negro e Vermelho
Na claustrofóbica noite a lua eleva-se prateada.
As nuvens dançam ao seu redor, coroando-a, cintilando seu magnetismo e atormentando cada milímetro das minhas veias enegrecidas pelo tempo e seus males.
Poetas recitam versos românticos e apaixonados, compositores fazem canções enaltecendo sua beleza e graça, artistas pincelam sua nobreza e soberania. Por mim é condenada a reinar solitária, esquecida e atemporal, desprovida de luz, consumida por seu próprio reflexo.
A tempestade queima minha alma, reacendendo antigas memórias, e meu corpo inanimado envenena-se com paixões cruéis e violentas.
Você não está aqui, a única que poderia saciar minha sede, brindando-me com seu sangue turbulento, vivo, quente. Mas seus olhos vermelhos, com luxúria contida e uma discrição cínica que sempre ousaram manter, ignoram minhas súplicas. Como uma reza voluptuosa, quase sacrossanta, implorando por saciedade. Castigando justamente aquele que a presenteou com a eternidade e ímpios prazeres.
As nuvens dançam ao seu redor, coroando-a, cintilando seu magnetismo e atormentando cada milímetro das minhas veias enegrecidas pelo tempo e seus males.
Poetas recitam versos românticos e apaixonados, compositores fazem canções enaltecendo sua beleza e graça, artistas pincelam sua nobreza e soberania. Por mim é condenada a reinar solitária, esquecida e atemporal, desprovida de luz, consumida por seu próprio reflexo.
A tempestade queima minha alma, reacendendo antigas memórias, e meu corpo inanimado envenena-se com paixões cruéis e violentas.
Você não está aqui, a única que poderia saciar minha sede, brindando-me com seu sangue turbulento, vivo, quente. Mas seus olhos vermelhos, com luxúria contida e uma discrição cínica que sempre ousaram manter, ignoram minhas súplicas. Como uma reza voluptuosa, quase sacrossanta, implorando por saciedade. Castigando justamente aquele que a presenteou com a eternidade e ímpios prazeres.
Duplicidade
As criaturas revelam-se ao anoitecer, seu momento no silêncio gutural de um mundo ultrajado.
Pensamentos ocultos transbordam as psiques, rebelando-se contra a moral pragmática, destruindo as defesas delicadas da consciência humana.
O vil se mostra ao nobre, a paixão ao amor, a crueldade à benevolência, o libertino à modéstia.
Um pacto, um vício, uma necessidade.
Pensamentos ocultos transbordam as psiques, rebelando-se contra a moral pragmática, destruindo as defesas delicadas da consciência humana.
O vil se mostra ao nobre, a paixão ao amor, a crueldade à benevolência, o libertino à modéstia.
Um pacto, um vício, uma necessidade.
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